Documento da empresa contabiliza uma atraso de 1096 dias no cronograma inicial da construção. Governo de SP mantém entrega parcial para 2026 e total para 2027
Publicado: 08/05/2024
As obras da Linha 6-Laranja de metrô em São Paulo podem atrasar ainda mais e ser entregues por inteiro apenas no ano de 2028. A informação consta em documento público da concessionária Linha Uni, divulgado no primeiro trimestre deste ano.
Segundo o texto, o Governo do Estado já foi informado que problemas geotecnológicos resultaram em um acréscimo de 1096 dias, ou seja, três anos e um dia a mais além do prazo inicial previsto para a entrega das 15 estações da Brasilândia até São Joaquim no centro da capital paulista.
Este aumento no prazo contaria a partir do ano de 2025, data inicialmente informada pelo então governador João Doria em 2020, quando anunciou a retomada das obras e afirmou que o tempo de construção levaria cinco anos, sem obstáculos para efetuar os trabalhos.
“A conclusão das obras está prevista para 2025 e agora nós não temos nenhuma razão para duvidar da sua continuidade e da obediência a este prazo. Isso foi muito estudado pela equipe do Metrô, pela equipe da Acciona, para que o cumprimento desse prazo seja feito. Não há mais obstáculo de natureza jurídica, nem administrativa, nem institucional, nem de falta de recursos”, disse João Doria na época.
Caso a projeção da construtora venha a se confirmar, o metrô cruzando a Zona Norte ficaria pronto apenas no próximo governo, o que pode desagradar a gestão atual que espera no período eleitoral, contar com a linha operando da Brasilândia até a estação Perdizes, com oito paradas no caminho.
A concessionária em breve terá uma resposta sobre o pedido de reequilíbrio financeiro do contrato para a construção da linha devido estes riscos geotecnológicos.
Em nota, a Secretaria de Parcerias em Investimentos informou que o cronograma divulgado pelo governador Tarcísio de Freitas, onde em 2027 a entrega da linha será feita por completo, está mantida.
Destacou também que assumir custos financeiros adicionais é algo previsto no contrato de concessão e faz parte de uma boa prática em projetos de infraestrutura.
Leia a seguir a manifestação do Poder Público sobre o assunto.
“O Governo de São Paulo informa que acompanha as obras da Linha 6-Laranja e realiza a fiscalização por meio da Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões (CMCP). Neste momento, a concessionária está realizando estudos para agilizar a entrega do empreendimento diante dos riscos geotecnológicos materializados durante as obras, modificando o método de construção e ampliando os esforços e recursos aplicados. Conforme acordado, a concessionária deve iniciar a operação parcial em 2026, entre Brasilândia e Perdizes, e a entrega total do novo ramal até o centro da capital em abril de 2027.
É importante destacar que os riscos geotecnológicos são objeto de regramento no contrato de concessão e, a partir de certo limite financeiro, são assumidos pelo Poder Concedente, como é a boa prática em grandes projetos de infraestrutura. Nesses casos, os impactos dos atrasos e os custos financeiros adicionais devem fazer parte de posterior reequilíbrio contratual.”
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