Trajeto entre a região da 25 de março e o Brás é na maioria das vezes cobrado por fora do taxímetro, com preço maior que o correto da tabela.

Utilizar táxis na região da 25 de março em muitos casos é uma opção de desconforto e de maior custo. Isto é demonstrado com reclamações de pessoas que já usaram o serviço na região e constatado pela equipe do Diário dos Trilhos que durante dois dias observou como é a tarefa de quem pega táxis na região.
O entorno da Rua 25 de março atrai muitos comerciantes de outras cidades e estados, que por muitas vezes fazem o trajeto entre a 25 e o Brás ou vice versa e também perto da feirinha da madrugada. O problema disto está no modo de trabalho desempenhado por grande parte dos taxistas e de conhecimento de órgãos públicos, lojistas e pessoas que trabalham na região, mas não pelos turistas e comerciantes que vem de fora.
Simulando um trajeto entre o Shopping 25 de Março que fica na altura do número 1081,da 25 e a Rua Oriente altura do nº 490 próximo a esquina com a Rua Muller, a surpresa foi o valor pedido que variou entre 20 e 35 reais pelo trajeto que caminhando varia entre 20 e 30 minutos, dependendo claro da velocidade de cada pessoa, ou um valor bem menor caso praticado pelo taxímetro, a maneira correta a se fazer. Em dois dias, nossa equipe abordou oito taxis solicitando este trajeto e em três casos o valor pedido foi de 20 reais, em um caso o valor pedido foi 35 reais pois alegamos estarmos com uma caixa para por no porta malas, um cobrou 22 reais, um propôs bandeira dois e o horário era pouco após as 14h e um realizou a corrida pelo taxímetro normalmente até o local, no valor de R$ 15,80 o valor cobrado.
No caso dos aplicativos, a maioria dos motoristas aceitam, mas tomando como base perguntas durante viagens e motoristas que já utilizamos em outros destinos pela região central, uma quantidade considerável falou sobre as dificuldades de trabalhar no local, seja para embarque ou desembarque de passageiros, problema também encontrado pelos taxistas, mas no caso do carro por app, tira o incentivo de ir até o local. O motorista Péricles por exemplo que trabalha na Uber, disse que o trajeto entre 25 e Brás é um valor curto e o risco de multa é grande, por ter poucos locais permitidos para parar ou estacionar.
Consulta do trajeto pelo App 99 Consulta do trajeto pelo aplicativo Uber
“Aqui [Rua Maria Marcolina] é ruim de parar, ainda bem que você veio até meu carro, para ser mais rápido de entrar. Ainda corri risco de multa.”
O nome do motorista não será exposto, uma vez que foi uma pergunta informal, sem conhecimento da entrevista.
Em outra corrida, solicitamos um Uber para duas mulheres que vieram de Minas Gerais fazer compras na 25 de março. O horário era 6h da manhã e após dois táxis ofertarem a viagem por 20 reais também, elas optaram pelo carro de aplicativo. O motorista José Aílton da Uber foi super atencioso, ajudou a colocar as 3 caixas de tamanho médio e um carrinho dobrável no porta malas. O valor da corrida entre o Shopping 25 de Março e a Rua Barão de Ladário, custou R$ 7,07.
Procurada, a Secretaria de Mobilidade e Transportes da capital (SMT) se manifestou por meio de nota, explicando que o passageiro que se deparar com este tipo de situação, pode denunciar o táxi anotando a placa e informando via telefone 156 e que neste ano de 2019, 36 taxistas foram autuados por este tipo de irregularidade.
“O Departamento de Transportes Públicos (DTP) informa que o taxista que executar corrida em desacordo com a regulamentação da forma de cobrança está sujeito a multa no valor de R$ 162,83, além de suspensão de 10 a 20 dias e 10 pontos no prontuário. Em casos de reincidência, há previsão de multa e suspensão em dobro.
O passageiro que se deparar com esse tipo de situação deve anotar a placa do veículo e comunicar a prefeitura pelo telefone 156. Vale ressaltar que o DTP realiza ações de fiscalização diariamente em todas as regiões da cidade de São Paulo.” completa a nota