Mandados de busca e apreensão em endereços na capital, Grande São Paulo e em Sergipe estão sendo cumpridos. Presidente da entidade Valdevan Noventa é investigado. Publicado: 12/08/2022 A Polícia Civil de São Paulo realiza nesta sexta-feira, 12 de agosto de 2022, uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão contra diretores do SindMotoristas, sindicato que representa os trabalhadores do […]
Mandados de busca e apreensão em endereços na capital, Grande São Paulo e em Sergipe estão sendo cumpridos. Presidente da entidade Valdevan Noventa é investigado.
Publicado: 12/08/2022
Foto: Divulgação Polícia Civil do Estado de São Paulo
A Polícia Civil de São Paulo realiza nesta sexta-feira, 12 de agosto de 2022, uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão contra diretores do SindMotoristas, sindicato que representa os trabalhadores do transporte público da capital.
Os investigados pela polícia são suspeitos de lavagem de dinheiro, organização criminosa e ocultação de bens. O presidente da entidade sindical Valdevan Noventa é apontado como líder do esquema fraudulento.
De acordo com a polícia, Noventa é dono de um haras em Sergipe que foi também alvo da operação. Neste imóvel avaliado em R$ 30 milhões, foram encontrados 50 cavalos, sendo um deles avaliado em dois milhões de reais e o papel dos animais seria de “esquentar” o dinheiro obtido de maneira irregular, com os cavalos sendo comprados por um valor baixo e vendidos depois por um valor bem maior.
Já na sua residência em Taboão da Serra, a polícia encontrou 160 cestas básicas doadas por empresas que seriam destinadas aos trabalhadores do transporte público, mas estavam armazenadas e guardadas na casa do sindicalista.
Foto: Divulgação Polícia Civil do Estado de São Paulo
Os agentes policiais realizaram buscas em outros sete locais, apreendendo um automóvel, relógios e canetas de luxo, 7 mil reais em dinheiro e uma porção de pó branco que será analisada para saber do que se trata.
A investigação começou em 2020 e apura que 17 diretores do sindicato receberam no período propina que totalizam R$ 1,2 milhão, mas a fraude pode alcançar 20 milhões de reais.
Uma das hipóteses da polícia é que durante a possibilidade de greves no transporte público, os sindicato negociava com as empresas o pagamento de valores em dinheiro para adiar ou cancelar a possível paralisação.
A operação não tinha mandados de prisão para cumprir, e portanto, as seis pessoas levadas para depor, foram liberadas.
Foto: Divulgação Polícia Civil do Estado de São Paulo
Em nota para a imprensa, o SindMotoristas afirmou que a entidade se coloca à disposição das autoridades para esclarecer qualquer informação e que os apontamentos e eventuais indícios de crime, são fruto de um inquérito policial ainda em andamento, onde os investigados não tiveram acesso ao seu teor.
Leia a seguir a nota do sindicato na íntegra.
”A assessoria de imprensa do Sindmotoristas esclarece que a entidade respeita e se coloca à disposição das autoridades para quaisquer atos que se fizerem necessários ao inquérito policial. Informa ainda, que sua diretoria foi surpreendida com a notícia da operação e que seu departamento jurídico está acompanhando o caso.
De modo preliminar, a entidade esclarece que tratam-se de apontamentos de eventuais indícios de um inquérito AINDA EM CURSO, o qual nem mesmo os investigados e seus advogados tiveram acesso. Portanto, tais respostas serão oportunamente apresentadas aos autos e aos veículos de comunicação.
Por fim, é importante destacar que o Sindmotoristas é um dos sindicatos mais atuantes e comprometidos com a classe trabalhadora do país. E no que tange a transparência, a entidade tem todas as suas contas aprovadas em assembleias e de modo unânime por toda a categoria, eventos que contam com ampla divulgação e cobertura da imprensa.”
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Jornalista do transporte sobre trilhos e repórter fotográfico profissional. Adm do Diário da CPTM desde 2013. Paulistano com orgulho e usuário dos trens do Metrô e CPTM.