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Tuneis de desinfecção não tem comprovação científica

Segundo parecer do Conselho Federal de Química para a Câmara Municipal de São Paulo, o uso destes tuneis pode representar riscos a saúde. Secretaria de Transportes Metropolitanos nega.

Publicado: 20/07/2020

Passageiros utilizando a cabine de higienização na estação Tatuapé da CPTM. Foto: Diário dos Trilhos

Os recentes tuneis de higienização gratuita de passageiros instalados na CPTM e Metrô de São Paulo, motivaram vereadores da capital paulista a discutir sobre a implantação destes equipamentos em locais públicos como Parques, Shopping Centers, Hipermercados, Terminais de Ônibus e outros pontos com grande circulação de pessoas. Entretanto, o Conselho Federal de Química (CFQ) se mostrou contrário a medida.

Para o CFQ em parecer para a Câmara, não existe comprovação cientifica da eficácia do produto e ele ainda pode causar danos a saúde, como irritação aos olhos e até cegueira.

De acordo com o documento, o produto pulverizado digluconato de clorexidina a 0,2%, “existem estudos que garantam a eficácia da borrifação dos produtos químicos sobre pessoas como medida de combate à Covid-19 – seja no sentido de eliminar o vírus, seja no de oferecer garantias de que a prática não prejudica a saúde da população. O parecer enfatiza o fato de o produto ser aprovado para uso cosmético, caso da clorexidina, ou seja, isso não significa que possa ser aplicado em outras partes do corpo ou que possa entrar em contato com mucosas e vias aéreas sem causar sérios danos à saúde da população. Além disso, a forma de aplicação (a aspersão) adiciona variáveis novas à análise de risco do produto, uma vez que o tamanho das partículas do produto terá impacto significativo sobre o potencial toxicológico.”

Já para a ANVISA, a aplicação deste produto não é uma maneira tão eficiente, sendo mais eficaz medidas adotadas por todos e amplamente já divulgadas, dentre elas o uso de máscaras, álcool em gel e limpeza das superfícies e ambientes.

Pela posição das duas entidades foi recomendado a Câmara Municipal não dar prosseguimento a este projeto.

O QUE DIZ A SECRETARIA DE TRANSPORTES?

A Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) respondeu ao questionamento realizado pelo Diário dos Trilhos, explicando que no momento atual sem a vacina e sem medicamento antiviral específico para Covid, por essa razão, adota formas mundialmente eficazes durante a pandemia como produtos de higienização são usados.

E que os tuneis/cabines não tem custos para o Governo do Estado ou Prefeituras e que foram utilizados na China com sucesso.

Sobre a posição da ANVISA, a Secretaria reitera que o produto da Neobrax nunca foi apresentado como cura o solução dos problemas, mas sim uma solução que auxilia no tratamento, não substituindo outras medidas sanitárias importantes e que não há contraindicação.

Veja a nota na íntegra da Secretaria:

“Sem vacina nem medicamento antiviral específico para prevenir ou tratar a Covid-2019, a melhor arma, até o momento, é a prevenção. Para isso, as formas reconhecidas mundialmente como eficazes para conter a pandemia do coronavírus, segundo a Organização Mundial de Saúde, continuam sendo: isolamento social e hábitos de higiene. A Neobrax, indústria brasileira farmoquímica há 19 anos no mercado e especializada na produção da clorexidina e seus derivados, apresenta também linha de produtos de higienização auxiliares na luta contra a pandemia.

O boxe neutralizador da Neobrax é um desses mecanismos de apoio solidário e sem custo a prefeituras e ao governo do Estado de São Paulo na luta contra a pandemia. Embora não haja, ainda, estudos específicos no Brasil a respeito, os boxes higienizantes foram utilizados com sucesso na China (em pontos de rua e entradas de fábricas), com resultados positivos, já que o país é um dos mais bem-sucedidos casos na luta contra a pandemia no mundo. Foram instalados pela Neobrax boxes neutralizadores em entradas de unidades de saúde de São Sebastião, no litoral Norte, e em estações de transporte público, na capital. O produto utilizado, que é vaporizado dentro de uma cabine, de forma gratuita para a população, é um antisséptico em spray com solução de digluconato de clorexidina (a 0,2%). Nos pontos, há, ainda, doação de máscaras descartáveis (TNT) e o incentivo à higienização das mãos, com produtos da Neobrax, antes de entrar nas cabines. Todos esses procedimentos estão em concordância com as orientações de infectologistas, epidemiologistas e a Organização Mundial de Saúde. O boxe de higienização é explicado pela equipe da Neobrax – promotoras e equipe de Comunicação – como uma arma a mais na higienização, jamais apresentado como cura, tratamento ou substituição de demais práticas recomendadas (isolamento social, lavar as mãos com água e sabão durante 20 segundos, no mínimo).
Também fica claro que, se a pessoa tiver contraído o vírus, a passagem pelo boxe neutralizador não terá efeito de cura. Apenas criará uma camada a mais contra bactérias, vírus e fungos. Ou seja, mesmo para pacientes que já tenham adquirido o coronavírus e sejam assintomáticos, não há contraindicação.

A nota técnica de nº 38 da Anvisa, divulgada em 07/05/20, diz respeito a saneantes usados sobre a pele; a de nº 51/2020, divulgada em 13/05, se refere à falta de evidências científicas – até o momento – de “câmaras, cabines e túneis para a desinfecção e a prevenção da Covid-19”. A Neobrax não aplica nenhum saneante ou desinfetante em suas cabines ou recomenda que isso seja feito na pele das pessoas. Os desinfetantes têm seu uso voltado para superfícies e objetos inanimados, já os antissépticos são aplicados em tecidos vivos como pele e mucosas e, por isso, sua composição deve ser pensada de modo a não causar irritação, caso da clorexidina (a 0,2%). O equipamento da Neobrax é um auxiliar preventivo, não é um tratamento e muito menos substitutivo aos demais hábitos de higiene mundialmente recomendados (lavar as mãos com água e sabão ou, na impossibilidade disso, higienizar as mãos com álcool em gel 70%). Passar clorexidina em todo o corpo não matará os vírus que já entraram no corpo, como sempre foi divulgado nas redes, site e releases da Neobrax. Portanto, as notas da Anvisa não se aplicam aos boxes neutralizadores da Neobrax. Inclusive, dentre as várias ações educativas promovidas pela Neobrax, está a doação de álcool gel a prefeituras, como a de São Sebastião, no Litoral Norte de São Paulo, com promotoras higienizando as mãos (com álcool em gel 70%) dos moradores antes de passarem pelo boxe neutralizador.


A clorexidina é um antisséptico aprovado pela Anvisa e pela Organização Mundial de Saúde. Em portaria publicada em 20/03/2020 (RDC 350/2020), a Anvisa autorizou o uso do digluconato de clorexidina como uma substância auxiliar no combate à pandemia de coronavírus. Em 1979, a clorexidina foi considerada pela Organização Mundial de Saúde, órgão máximo de saúde internacional filiado à ONU, como substância essencial aos hábitos de higiene e saúde. Embora não seja registrado, ainda, especificamente contra a cepa do SARS-Cov-2, a própria OMS recomenda, neste momento, o uso de produtos de higiene que já foram testados contra outros coronavírus e vírus envelopados, caso da clorexidina. Isso ocorre porque o vírus tem uma camada protetora de gordura que é destruída pela substância.

A clorexidina está autorizada para uso hospitalar e cosmético pela Anvisa, inclusive na higiene oral de pacientes que estejam em UTIs com ventilação mecânica, como forma de prevenção à pneumonia. A clorexidina é normalmente indicada para a antissepsia da pele e de pequenos ferimentos e utilizada até mesmo na higienização de cordão umbilical de recém-nascidos. No formato em spray, nas cabines instaladas pela Neobrax, não possui ação corrosiva, não é volátil, não possui odor e não irrita a pele e as mucosas e não é aplicada sobre os olhos e ouvidos. Não requer que a pessoa retire a máscara durante a aplicação, não requer enxágue e é uma solução rápida, prática e eficiente para moradores e transeuntes no dia a dia das cidades.”


Atualmente 21 estações do Metrô e outras da CPTM possuem os tuneis que podem ser utilizados em boa parte da operação comercial destes locais. Cada cabine pulveriza em cerca de 4 segundos uma solução que protege por algumas horas, e combate vírus, bactérias e fungos, leveduras.



Um comentário

  1. Asepsis Machine - cabine de antissepsia

    A nossa cabine tem um LAUDO DA UNICAMP no qual foi comprovado o efeito VIRUCIDA da clorexidina a 1% durante 15seg.

    Visite o site e baixe o laudo.

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