O agressor não foi preso e a vítima relatou o triste episódio nas redes sociais, para alertar outras mulheres.

Foto: Diário dos Trilhos

Uma jovem foi vítima de assédio sexual dentro de um trem na Linha 9-Esmeralda da CPTM na manhã desta quinta-feira (20). O agressor aproveitou o trem cheio para praticar o ato criminoso.

Conforme relato da vítima, tudo aconteceu no trajeto entre as estações Morumbi e Vila Olímpia (onde ela desembarcou). Neste tempo um homem segundo a descrição era de estatura alta, usava óculos escuros, vestia uma blusa azul marinho com detalhes na cor vinho, calça jeans clara, bolsa a tiracolo de couro marrom e o celular tinha uma capinha na cor azul royal, ficou encostando na moça mesmo com espaço sobrando atrás, usando de uma ação que estes aproveitadores usam, o trem estar mais cheio em certos períodos.

Após se virar e constatar que realmente se tratava de um abuso e não uma bolsa que estaria encostando em seu corpo, ela desceu na próxima estação que o trem iria parar (Vila Olímpia) e se sentou em um banco na plataforma, recebendo ajuda depois de algum tempo, de outra mulher que notou algo errado e foi perguntar o que aconteceu. Essa mulher chamou alguns seguranças terceirizados da CPTM, que de pronto se colocaram a disposição para a levar até a delegacia e registrar um Boletim de Ocorrência.

Entretanto neste momento já no trajeto até o DP, os dois seguranças conversavam entre eles como se estivessem esquecido que no banco de trás estava uma vítima de um crime sexual e disseram “vai ficar por isto mesmo, não tem autor, eles nem darão importância.” Não fosse suficiente a vítima ouvir isto, os mesmos seguranças disseram que não possuíam acesso as filmagens do trem para ajudar na identificação do suspeito, e na delegacia a autoridade Policial não fez a solicitação das imagens do circuito interno para a CPTM, afim de identificar o suspeito do crime. Veja parte do relato:

“Voltando a plataforma onde eu estava sentada e passando super mal, muitas pessoas passaram por mim e ficaram olhando mas só uma moça se aproximou para perguntar o que havia acontecido, eu mal conseguia falar mas ela me acalmou e disse o que havia acontecido”

“Expressei minha vontade de fazê-lo [Boletim de Ocorrência] e logo se prontificaram a me levar até a delegacia, mas ninguém deu muita importância, no carro um deles disse para a outra guarda “Vai ficar por isso mesmo, não tem o autor, eles nem darão importância” Mas mesmo ouvindo isso”.

Infelizmente relatos como este são de situações diárias e que mesmo com campanhas contra este tipo de prática criminosa, a CPTM e as demais empresas de transporte público precisam capacitar melhor seus funcionários e investir mais em segurança, para não deixar as mulheres a própria sorte.

Em contato no começo desta noite, a CPTM se manifestou por meio de nota informando o seguinte:

“A passageira foi acompanhada por uma vigilante do sexo feminino até o 96º Distrito Policial, onde foi feito registrado o Boletim de Ocorrência.
A CPTM vai apurar internamente e, caso seja constatado que houve negligencia, tomará as medidas cabíveis. As equipes de segurança estão orientadas a acolher a vítima e dar atendimento, informações e orientações necessárias, além de disponibilizar transporte para o deslocamento até a delegacia onde será feito o registro da ocorrência. Em casos de ocorrência, a usuária importunada deve informar o fato imediatamente a um funcionário, apontando o autor, para que sejam conduzidos à Delegacia de Polícia visando o registro do BO.
Os usuários também podem colaborar com a segurança do sistema, denunciando eventuais irregularidades pelo serviço de SMS-Denúncia (97150-4949) e acompanhando a vítima para servir como testemunha.”

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