Passagens a mais do que o disponível não foi o único problema encontrado, como também venda de viagens para ônibus de dois lugares sendo enviado veículos “comuns” e atrasos nas partidas no Terminal Rodoviário do Tietê.

A viagem para quem optou pela empresa Piracicabana neste sábado véspera de ano novo não foi uma das melhores escolhas. O Diário dos Trilhos foi conferir a movimentação no maior terminal de ônibus rodoviários da América Latina, e fez a compra de passagens de ida e volta para a cidade de Piracicaba, pela empresa acima mencionada.

Compramos a passagem de ida saindo do Tietê em São Paulo para o horário de 9h30. Chegando com meia hora de antecedência fomos ao guichê para fazer a troca do voucher da compra online, para a passagem, mas foi dito que não era necessário, uma vez que tem o QR Code impresso. Nas plataformas logo abaixo, uma movimentação grande de pessoas para destinos variados, mas foi quando uma discussão acalorada entre 3 idosas e funcionários da Piracicabana chamou a atenção. O problema acontecia na plataforma 42 de um ônibus que iria para a cidade de Santa Bárbara do Oeste, passando por Americana. Houve o overbooking (venda de passagens além da quantidade de assentos disponíveis no veículo, no caso ônibus). Os passageiros que haviam embarcado e também comprado se recusaram a descer para que elas embarcassem, gerando mais discussões. No caso do nosso veículo que saiu da plataforma 40 o problema se repetiu. Nosso assentos era o n°29 (foto abaixo), mas ao chegar para embarcar recebi um pedido diferente:

“Entra e veja se a poltrona 29 está ocupada, se estiver com alguém, voce não viajará neste ônibus” disse um funcionário.

Se o problema fosse apenas este, mas a compra foi feita para um ônibus de dois andares que tem mais assentos e mesmo sendo comprado pelo valor de viagem comum, o assento era executivo. A empresa enviou ônibus comum com 46 lugares e dois passageiros que compraram a viagem no leito, precisaram ser realocados em outro veículo. Outro problema foi o atraso, a partida aconteceu somente 24 minutos depois às 09h54 e neste tempo dentro do ônibus que não possui janelas que possam ser abertas, sem o ar condicionado ligado, o que causou desconforto em boa parte dos passageiros.

Na volta na parte da tarde o mesmo problema de veículo diferente do que foi ofertado aconteceu, com ônibus de um andar convencional sendo enviado para atender o horário em que compramos um veículo de dois andares. Pode até aparentar implicância, mas como diz o Código de Defesa do Consumidor no artigo 6° nos incisos 3 e 4 que dizem:

III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência

IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

Neste caso pode configurar publicidade enganosa ou falta de informações claras sobre o que é vendido, já que no site é informado que seria um veículo de dois andares onde no ato da compra é possível selecionar o assento.

O que diz a empresa?

A Viação Piracicabana em contato telefônico com o site Diário do Transporte, “nunca havia ocorrido este problema antes e que a empresa circula com quatro ônibus de dois andares na rota São Paulo/Piracicaba. Cada veículo tem duas categorias, leito no piso inferior e executivo no segundo andar. A empresa também informou que para dar conta da demanda, a Piracicabana colocou, somente neste sábado, 15 ônibus extras no Terminal Tietê. Por fim pediu desculpas em nome da empresa pelos inconvenientes.“