No inverno os casos aumentam e o uso do desfibrilador nestes casos, é necessário.

Os casos de pessoas que apresentam problemas cardiorrespiratórios no Metrô aumentam nessa época do ano. Apenas em 2019 dezenove casos foram registrados, um aumento de 11,76% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o Instituto Nacional de Cardiologia, estudos realizados em diferentes países mostram que, em comparação com as outras estações do ano, durante o inverno, o número de infartos cresce, em média, 30% e os de AVC, 20%. A estimativa é que a cada 10°C de queda na temperatura haja um aumento de 7% no índice de infartos, principalmente em dias com temperaturas menores de 14ºC. Isso acontece porque o organismo faz de tudo para manter o calor interno do corpo ao redor de 36,1ºC. Assim, quando as terminações nervosas da pele se ressentem com o frio, estimulam a produção de um tipo de catecolamina, substância que, entre outras funções, acelera o metabolismo para evitar a perda de calor, como forma de proteger o funcionamento de órgãos vitais internos. Esse mecanismo faz com que as paredes dos vasos sanguíneos que irrigam a pele se contraiam (prova disso é que mãos, pés, nariz e orelhas esfriam), e o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue. Além disso, como sentem menos sede no frio, as pessoas acabam ingerindo menos líquido e desidratam. Sangue mais denso e viscoso coagula mais facilmente, o que colabora também para o aumento da pressão sanguínea.
Nas baixas temperaturas, o aumento da pressão sanguínea sobre a parede dos vasos que estão com o calibre reduzido, além de sobrecarregar o coração, facilita o desprendimento de placas de gordura localizadas no interior das artérias, que podem bloquear o fluxo do sangue para o coração e para o cérebro. Idosos, hipertensos, diabéticos, obesos, fumantes e sedentários precisam redobrar os cuidados no inverno, mesmo quem não pertence a esses grupos de risco deve evitar a exposição prolongada ao frio intenso e o choque térmico causado pelas quedas bruscas de temperatura.
No Metrô de São Paulo, os agentes de segurança e operacionais possuem treinamento para lidar com estes casos de paradas cardiorrespiratórias e uso do desfibrilador. Desde 2006, o InCor atualiza os funcionários de dois em dois anos com os procedimentos de atendimento destas ocorrências, inclusive com a emissão de novo certificado. No ano de 2018, mil e 334 funcionários foram treinados.

Todas as 58 estações das linhas 1-Azul, 2-verde, 3-Vermelha e 15-Prata, tem disponível para uso imediato um DEA. O DEA é um equipamento eletrônico de desfibrilação com a aplicação de uma corrente elétrica em um paciente, através de um desfibrilador, e o objetivo é a reversão das arritmias cardíacas pela aplicação de um pulso de corrente elétrica de grande amplitude num curto período de tempo. Ao atravessar o coração, esta corrente força uma contração simultânea das fibras cardíacas, possibilitando o restabelecimento de um ritmo normal.
O desfibrilador é constituído de duas pás, ligadas através de cabos, a um equipamento que transforma a energia elétrica em choques elétricos. A intensidade dos choques é regulável e pode chegar até 360 joules. As duas pás é que descarregam os choques na parede anterior do tórax.